Irã executa 1ª pena de morte de manifestante ligado ao caso Mahsa Amini

Um homem identificado como Mohsen Shekari foi morto por enforcamento

© Getty Images

Mundo Irã 08/12/22 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Irã executou nesta quinta-feira (8) a primeira sentença de morte contra um participante da onda de protestos que se espalhou pelo país há quase três meses.

PUB

De acordo com a agência de notícias semioficial Tasnim, um homem identificado como Mohsen Shekari foi morto por enforcamento. Ele havia sido condenado por ferir um agente de segurança com uma faca e por bloquear com sua motocicleta uma rua em Teerã durante uma das manifestações.

A mídia estatal iraniana publicou um vídeo da suposta confissão de Shekari. Nas imagens, ele aparece com um hematoma no rosto e admite ter agredido um membro da Basij, milícia ligada à Guarda Revolucionária do Irã. Grupos de direitos humanos afirmam que Shekari foi torturado e forçado a confessar os supostos crimes.

As condenações à morte compõem uma das faces da repressão do regime iraniano à série de manifestações. No início da semana, a Guarda Revolucionária encorajou o Judiciário a emitir decisões rápidas contra os acusados de "crimes contra a segurança da nação e do islã".

Levantamento da Anistia Internacional contabiliza ao menos 21 pessoas que receberam sentenças de morte na esteira dos protestos. Para a entidade, são "julgamentos falsos destinados a intimidar os participantes do levante popular que abalou o Irã".

"As autoridades iranianas devem anular imediatamente todas as sentenças de morte, abster-se de buscar a imposição da pena de morte e retirar todas as acusações contra os presos em conexão com sua participação pacífica em protestos", afirmou a ONG em comunicado.

Países ocidentais também já se manifestaram, condenando a execução. A diplomacia da Alemanha divulgou nota em que afirma que "o desprezo do regime [iraniano] pela humanidade não tem limites". A Áustria chamou a execução de desumana, a França expressou a "mais firme condenação" do ato, e o Reino Unido se disse ultrajado.

A maior onda de protestos do Irã desde a Revolução Islâmica de 1979 teve como gatilho a morte de Mahsa Amini, 22, ocorrida em setembro sob custódia da polícia moral, responsável por aplicar os rigorosos códigos de conduta religiosos do regime. Amini foi detida devido ao suposto uso incorreto do hijab, o véu islâmico. A versão oficial é de que ela morreu em decorrência de problemas de saúde prévios, mas familiares e ativistas afirmam que ela foi agredida e morta por agentes enquanto estava presa.Mesmo antes dos protestos ligados ao caso Mahsa Amini, o número de execuções já estava aumentando no Irã. O Alto Comissário das Nações Unidas para Direitos Humanos, Volker Türk, disse que a país ultrapassou a cifra de 400 mortes em 2022, marca alcançada pela primeira vez em cinco anos.

Um dos casos mais notórios foi a condenação de duas ativistas iranianas lésbicas por "promover a homossexualidade", considerada a primeira vez que mulheres foram sentenciadas à morte no Irã devido à orientação sexual. Elas foram condenadas por "espalhar a corrupção na Terra" -a sentença é comumente dada a réus considerados infratores da sharia, a lei islâmica, e é a acusação mais grave do Código Penal iraniano.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

brasil Distrito Federal 13/01/25

Homem morre após tentar estuprar vaca em fazenda no Distrito Federal

mundo EUA 13/01/25

Incêndios devastam Los Angeles, e mansão intacta em Malibu chama atenção

justica Rio de Janeiro 13/01/25

Polícia investiga morte de jovem achado dentro de geladeira em Niterói

mundo Los Angeles 13/01/25

Sobe para 24 número de mortos em incêndios de Los Angeles

esporte VINÍCIUS-JÚNIOR 13/01/25

Vinícius Júnior negocia compra de time português por 10 milhões de euros

lifestyle Arroz 13/01/25

Cuidado ao reaquecer arroz; pode não ser seguro para sua saúde

lifestyle Ataque cardíaco 13/01/25

Ataque cardíaco: 11 sintomas que você nunca deve ignorar

justica Geovana 13/01/25

Menina desaparece após pegar ônibus para ir visitar a avó em Campo Grande

fama Spencer Treat Clark 13/01/25

Ator de 'Gladiador' perde casa em incêndios de Los Angeles

mundo Ucrânia/Rússia 13/01/25

Zelensky propõe trocar soldados norte-coreanos por ucranianos em Moscou