Motorista de aplicativo é agredido e tem carro depredado na cracolândia, no centro de SP

O ataque de usuários de drogas ocorreu por volta das 14h na rua Vitória com a rua Guaianases, em Campos Elíseos.

© Takahiro Taguchi / Unsplash

Justiça VIOLÊNCIA-SP 11/06/23 POR Folhapress

PAULO EDUARDO DIASSÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um motorista de aplicativo foi agredido e teve o seu veículo depredado na região da cracolândia, no centro de São Paulo, na tarde desta sexta-feira (9).

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O ataque de usuários de drogas ocorreu por volta das 14h na rua Vitória com a rua Guaianases, em Campos Elíseos.

A ação, que foi registrada por moradores e por câmeras de segurança, só parou com a chegada de policiais militares da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicleta).O automóvel ficou com o vidro dianteiro estilhaçado.Não há informações se o motorista ficou ferido ou se teve algum item roubado.

A reportagem ouviu testemunhas que relataram que o ataque teve início após usuários terem notado que o condutor do veículo filmava o fluxo, como é conhecida a aglomeração de pessoas no local. Tal ação é perigosa no local, e já levou a outras cenas de agressão por parte dos dependentes químicos.Conforme a Polícia Militar, a vítima disse para os agentes, que pretende elaborar um boletim de ocorrência, mas posteriormente.

No local do ataque há uma aglomeração de usuários de drogas.A cena vista nesta sexta-feira é mais um episódio de violência na região, que registra casos de saques, roubos e furtos.

Na manhã do dia 7 de abril, usuários de drogas invadiram e saquearam uma drogaria na avenida São João, na região central de São Paulo. O caso aconteceu depois dos dependentes químicos terem sido dispersados por uma ação conjunta de GCM (Guarda Civil Metropolitana), Polícia Militar e Polícia Civil. Um mini-mercado e uma lanchonete de comida árabe também foram invadidos.

No mesmo mês, mas no dia 23, uma loja de produtos eletrônicos foi invadida e roubada no bairro Santa Ifigênia, poucos metros do local do ataque desta sexta.

Vídeos gravados pelo dono do estabelecimento, Marcelo Granja, 49, mostram o momento em que agentes da GCM (Guarda Civil Metropolitana) encontram parte dos eletrônicos roubados dentro de um bueiro e debaixo de cobertores em meio aos dependentes químicos na rua Vitória, esquina com a rua dos Andradas.

De acordo com a secretaria de Segurança Pública, 33 CPUs, 13 monitores e dois teclados foram encontrados abandonados pelas ruas da região, e entregues de volta ao comerciante. Dois homens, de 28 e 36 anos, foram presos em flagrante.

Em meio a insegurança na região, criminosos estão se aproveitando para cobrar por segurança ou para a remoção de dependentes químicos de suas portas, como a Folha mostrou recentemente.

Comerciantes afirmam que criminosos responsáveis pela distribuição de drogas na cracolândia estão cobrando pagamentos mensais para retirar o fluxo de dependentes químicos da porta dos estabelecimentos e de residências no centro de São Paulo.

Procurada, a SSP (Secretaria de Segurança Pública estadual) confirmou que há um inquérito aberto para investigar denúncias de extorsão contra comerciantes na região. A pasta não deu mais detalhes do caso.

Nos últimos meses, porém, o modelo mudou para algo ainda maior. A extorsão passou a ser centralizada pelo grupo que diz controlar o tráfico no local e, por isso, teria influência sobre o deslocamento dos dependentes. Esse grupo procurou os comerciantes e exigiu R$ 150 mil, em parcelas mensais de R$ 30 mil, para afastar o fluxo de uma das regiões afetadas.

O valor mensal é dividido entre empresários da região, e o pedágio pode variar de acordo com o porte do estabelecimento, disse um dos extorquidos.

As parcelas normalmente ficam acima de R$ 1.000 e abaixo de R$ 5.000. O pagamento é feito em dinheiro. As cédulas são colocadas em envelopes e recolhidas por um mensageiro dos criminosos.

Além de traficantes, guardas-civis metropolitanos também são suspeitos de cobrarem por segurança na região.Na terça-feira (6), a Prefeitura de São Paulo disse ter afastado sete GCMs por desvios de conduta na região da cracolândia. Todos estão lotados na Iope (Inspetoria de Operações Especiais), unidade responsável pelas ações contra tráfico de drogas e uso de crack em espaço público.

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