Corpo de bebê refugiado de 8 meses é encontrado em praia na Espanha

A criança estava em uma embarcação de migrantes que afundou em abril, afirmou a Guarda Civil da Espanha nesta terça-feira (18)

© Global Imagens

Mundo Imigração 18/07/23 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O corpo de um bebê localizado há uma semana em uma praia da Espanha, na região da Catalunha, era de uma menina de oito meses que viajava com os pais, refugiados da Argélia. A criança estava em uma embarcação de migrantes que afundou em abril, afirmou a Guarda Civil da Espanha nesta terça-feira (18).

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Depois de encontrar o corpo em Roda de Bera, cidade litorânea na Costa Dourada, em 11 de julho, a polícia analisou uma amostra genética do bebê e determinou que o material correspondia à de uma mulher que morreu no mesmo naufrágio, cujo corpo foi recuperado em 6 de abril.

"Trata-se de uma menina de oito meses que viajava com os pais da Argélia em um barco que afundou em 6 de abril em águas próximas à costa das Ilhas Baleares", disse a Guarda Civil em comunicado.

A embarcação, que havia saído da cidade argelina de Cherchel em 21 de março, levava 15 pessoas. Segundo a Guarda Civil, ninguém sobreviveu -oito corpos foram recuperados até então. O caso remete a um acidente ocorrido em setembro de 2015 que resultou na morte de 12 sírios na Turquia. À época, a tragédia foi simbolizada pela imagem do corpo de Alan Kurdi, de três anos, estirado à beira do mar.

As imagens da criança se espalharam pelas redes sociais e ganharam repercussão no momento em que a Europa discutia como lidar com o intenso fluxo de refugiados, fruto da guerra civil síria. Os 12 migrantes que morreram estavam em dois barcos que naufragaram com 23 pessoas em direção à ilha grega de Kos.

A Espanha é uma das principais portas de entrada de migrantes na Europa. Muitas vezes, eles viajam por rotas perigosas e com barcos precários. Na semana passada, a Guarda Costeira do país anunciou o resgate de 78 imigrantes que tentavam chegar às ilhas Canárias. Por outro lado, as autoridades espanholas não conseguiram encontrar novas embarcações nas proximidades do arquipélago e, segundo uma ONG, três barcos com mais de 300 imigrantes que desapareceram ainda não foram encontrados.

De acordo com a ONG Walking Borders, a rota foi a segunda mais mortal no Mediterrâneo para os migrantes nos últimos cinco anos. Apenas em 2022, foram registrados 43 naufrágios, com 464 vítimas.

Entre janeiro e julho, 5.781 migrantes chegaram às costas da Espanha e das Ilhas Baleares. Segundo o Ministério do Interior, a cifra corresponde a alta de 46,7% em relação ao mesmo período do ano passado.

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