Em greve de fome, Evo acusa governo da Bolívia de rejeitar sua proposta de diálogo

"(Pedi) uma conversa imediata e que duas mesas de diálogo sejam instaladas", disse Evo

© Reuters

Mundo Tensão 04/11/24 POR Folhapress

COCHABAMBA, BOLÍVIA (FOLHAPRESS) - No segundo dia de greve de fome, no domingo (3), o ex-presidente boliviano Evo Morales acusou o governo do seu ex-aliado, Luis Arce, de ter rejeitado sua proposta de diálogo para acabar com quase um mês de protestos, que na sexta-feira (1º) resultaram na tomada de 200 soldados como reféns e cujo paradeiro ainda é desconhecido.

PUB

 

"(Pedi) uma conversa imediata e que duas mesas de diálogo sejam instaladas", disse Evo no domingo em breve entrevista à AFP. "E a resposta do governo foi deter mais de 50 manifestantes."

No dia 14 de outubro, seus apoiadores começaram a bloquear as principais rodovias da Bolívia para exigir o "fim da perseguição judicial" contra o ex-presidente, que é investigado por suposto abuso de uma menor de idade.

Na Argentina, a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, afirmou no sábado que o governo de seu país apresentou denúncia contra Evo, sob a acusação de que ele supostamente conviveu com quatro menores durante o período do asilo político concedido pelo ex-presidente argentino Alberto Fernández.

Na sexta passada, a polícia conseguiu acabar com um bloqueio em Parotani, uma área crucial na rodovia que liga Cochabamba a La Paz, em um dia que terminou com 19 policiais feridos e 66 civis detidos.

Ao menos 55 presos foram levados para a capital e serão investigados por terrorismo, revolta armada, tráfico de armas, entre outros supostos crimes.

A tensão aumentou quando 200 militares foram tomados como reféns em três quartéis por partidários de Evo em Cochabamba, seu reduto político, segundo um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Bolívia.

No domingo, o Ministério da Defesa condenou "energicamente a tomada armada e violenta de unidades militares", sem especificar a situação deles.

Os apoiadores de Evo também exigem soluções para a crise econômica e a renúncia do presidente Luis Arce, ex-aliado e ministro durante seus mandatos (2006 a 2019)

"Estas pessoas reagem. [Haverá] mais reação. É uma perseguição total", afirmou Evo durante a entrevista.

O ex-presidente de 65 anos disse que iniciou uma greve de fome na sexta-feira para pedir ao governo "que pare com a repressão" e que seus partidários aceitem uma trégua nos bloqueios das estradas.

Quando anunciou o jejum de protesto, o líder de etnia aimara disse que propôs uma mesa de diálogo para discutir "a questão econômica" e outra para "a questão política", com a participação de organismos de "países amigos".

Na primeira, ele espera um debate de propostas para solucionar a crise provocada pela falta de dólares. Na segunda, propõe abordar a situação de "dirigentes detidos injustamente" durante as manifestações.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

brasil Distrito Federal 13/01/25

Homem morre após tentar estuprar vaca em fazenda no Distrito Federal

mundo EUA 13/01/25

Incêndios devastam Los Angeles, e mansão intacta em Malibu chama atenção

justica Rio de Janeiro 13/01/25

Polícia investiga morte de jovem achado dentro de geladeira em Niterói

mundo Los Angeles 13/01/25

Sobe para 24 número de mortos em incêndios de Los Angeles

esporte VINÍCIUS-JÚNIOR 13/01/25

Vinícius Júnior negocia compra de time português por 10 milhões de euros

lifestyle Arroz 13/01/25

Cuidado ao reaquecer arroz; pode não ser seguro para sua saúde

lifestyle Ataque cardíaco 13/01/25

Ataque cardíaco: 11 sintomas que você nunca deve ignorar

justica Geovana 13/01/25

Menina desaparece após pegar ônibus para ir visitar a avó em Campo Grande

fama Spencer Treat Clark 13/01/25

Ator de 'Gladiador' perde casa em incêndios de Los Angeles

mundo Ucrânia/Rússia 13/01/25

Zelensky propõe trocar soldados norte-coreanos por ucranianos em Moscou