Câncer de fígado preocupa cada vez mais a população jovem

Estima-se que, entre 2023 e 2025, o Brasil registre cerca de 10,7 mil novos casos de câncer hepático diagnosticados por ano, e médico revela que a prevenção pode exigir mudanças simples no estilo de vida

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Lifestyle Saúde 13/02/25 POR Rafael Damas

O câncer de fígado tem se tornado uma preocupação crescente, principalmente entre a população mais jovem. O aumento de casos está diretamente relacionado aos hábitos alimentares inadequados, excesso de bebida alcoólica e ao sedentarismo, que são características do estilo de vida moderno. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que, entre 2023 e 2025, o Brasil registre cerca de 10,7 mil novos casos de câncer hepático por ano.

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Mas quais são os fatores de risco para o câncer de fígado?

O câncer hepático pode ser causado por diversas condições, sendo uma delas a esteatose hepática, popularmente conhecida como gordura no fígado. Atualmente, 30% da população brasileira é afetada por essa condição, muitas vezes sem saber. De acordo com o Dr. Lucas Nacif, cirurgião gastrointestinal e membro do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD), a gordura no fígado quando não tratada pode causar inflamação crônica, prejudicando o funcionamento do órgão, e evoluir para condições mais graves. Ele também observa um aumento no número de jovens em seu consultório com esse diagnóstico.

"Tenho atendido cada vez mais pacientes com menos de 30 anos diagnosticados com gordura no fígado. O estilo de vida moderno, com dietas desequilibradas e a falta de atividade física, tem contribuído de forma significativa para esse aumento", afirma o especialista.

Os dados comprovam essa preocupação. Um estudo da American Association for the Study of Liver Diseases revelou que a América do Sul teve o maior aumento de casos de gordura no fígado entre adolescentes nos últimos 29 anos. “A verdade é que nosso corpo não está preparado para lidar com o ritmo acelerado e uma rotina inadequada. A sobrecarga de gordura no fígado, causada por esses hábitos, compromete a saúde do órgão e pode afetar outras funções vitais, como a regulação hormonal e a eliminação de toxinas, além de aumentar o risco de complicações no futuro”, resume.

Como a gordura no fígado pode evoluir para o câncer?

Embora a gordura no fígado seja uma das condições que mais preocupam, o Dr. Nacif explica que ela não é a única responsável pelo desenvolvimento de câncer hepático. "As cicatrizes formadas pela inflamação no fígado podem evoluir para esteato-hepatite e, com o tempo, para cirrose hepática, quando o fígado começa a perder suas funções normais. A cirrose, por sua vez, é um fator de risco significativo para o câncer de fígado", diz o especialista.

Além disso, o câncer hepático pode ser primário, originando-se diretamente no fígado, ou secundário, quando se espalha de outros tumores. O tipo mais comum de câncer hepático é o carcinoma hepatocelular, frequentemente associado a condições pré-existentes no fígado, como hepatite B e C, cirrose e, claro, o acúmulo de gordura no fígado, sobretudo nos estágios mais avançados.

Entre os sintomas mais comuns do câncer de fígado, o médico destaca a dor ou sensação de peso no lado direito do abdômen, cansaço excessivo sem explicação, perda de apetite, icterícia (amarelamento da pele e dos olhos) e inchaço abdominal, principalmente após as refeições. "Se esses sinais forem notados, é fundamental procurar um médico imediatamente para investigação", alerta o especialista.

Apesar da gravidade do câncer hepático, o Dr. Lucas Nacif reforça que a prevenção continua sendo a melhor forma de reduzir os riscos. Adotar uma alimentação balanceada, evitar o consumo de álcool e praticar atividades físicas regularmente são fundamentais para manter a saúde do fígado.

“Além disso, o diagnóstico precoce do câncer hepático pode aumentar as chances de sucesso do tratamento em até 80%, dependendo do estágio da doença. Quanto mais cedo o câncer for identificado, maiores são as possibilidades de um tratamento eficaz, seja com cirurgia, radiação, quimioterapia ou até transplante de fígado, nos casos mais graves. O diagnóstico precoce é essencial para aumentar a sobrevida do paciente e melhorar sua qualidade de vida”, conclui o Dr. Lucas Nacif.

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