Haddad defende reciprocidade sobre tarifas de Trump, mas fala em cautela

Para o chefe da equipe econômica, o país não tem o que temer porque a balança é superavitária para os Estados Unido

© Getty

Economia Haddad 14/02/25 POR Folhapress

(FOLHAPRESS) - O ministro Fernando Haddad (Fazenda) disse nesta quinta-feira (13) avaliar com cautela as novas medidas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas defendeu o princípio da reciprocidade na relação comercial entre os dois países.

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Trump deu ordem de implementação de tarifas recíprocas mirando países que, segundo o governo americano, praticam impostos sobre produtos dos Estados Unidos. O etanol brasileiro foi citado como exemplo.

Para o chefe da equipe econômica, o país não tem o que temer porque a balança é superavitária para os Estados Unidos. Ele disse também que prefere aguardar o desenrolar dos acontecimentos antes de reagir aos anúncios, mas vê espaço para negociação.

"Vamos com cautela avaliar o conjunto das medidas que vão ser anunciadas. Enquanto isso, a área econômica, sobretudo o Ministério do Desenvolvimento, capitaneado pelo vice-presidente [Geraldo Alckmin], está fazendo um balanço das nossas relações comerciais para que a reciprocidade seja um princípio a ser observado pelos dois países", disse.

Em 2023, a balança comercial foi desfavorável ao Brasil, com as exportações aos EUA somando US$ 36,9 bilhões (R$ 213,4 bilhões) e as importações, US$ 38 bilhões (R$ 219,8 bilhões).

Trump assinou nesta quinta a ordem de implementação de tarifas recíprocas, mirando países que, segundo o governo americano, praticam impostos sobre produtos dos EUA. O etanol brasileiro está no topo da lista de exemplos elencada pelo governo em um documento que resume as medidas.

"Não vamos a qualquer sinalização nos manifestar, até porque temos que ver como é que termina essa história. A partir do momento em que nós tivermos um balanço do que eles pretendem, aí sim nós vamos estar com a radiografia feita e vamos considerar", disse Haddad.

Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o vice-presidente Geraldo Alckmin também falou sobre o tema na noite desta quinta.

"O Brasil não é problema comercial para os EUA, a nossa balança é equilibrada. Quando analisamos os 10 produtos que mais exportamos para EUA, em 4 a alíquota é zero. Nos que importamos, a alíquota é zero em 8", afirmou Alckmin.

A eventual imposição de tarifas afetaria o segundo principal mercado internacional do etanol brasileiro. As exportações do produto para os EUA somaram no ano passado US$ 181,8 milhões (cerca de R$ 1 bilhão), atrás apenas da Coreia do Sul.

Os americanos, por sua vez, totalizaram cerca de US$ 50,5 milhões em exportações de etanol ao Brasil em 2024.

Em 2024, houve um aumento de 13,3% nas exportações brasileiras no segmento complexo sucroalcooleiro, segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária. O setor esteve entre os principais exportadores do agronegócio em termos de valor, com US$ 19,7 bilhões, respondendo por uma participação de 12% do total vendido ao exterior.

O etanol brasileiro é vendido majoritariamente para a Califórnia por causa de regras de redução de emissões do estado.

Na terça (11), Haddad disse que o mundo perde com a decisão de Trump de aumentar o imposto de importação para aço e alumínio para 25%, medida que afeta diretamente o Brasil, um dos principais fornecedores.

"Medidas unilaterais desse tipo são contraproducentes para melhoria da economia global. A economia global perde com essa desglobalização", avaliou.

 

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