© Shutterstock
O dólar abriu a sexta-feira, 14, com viés de alta no mercado à vista, mas passou a cair rapidamente em meio à busca por recuperação do petróleo e queda dos rendimentos dos Treasuries e da divisa americana no exterior. As tarifas "recíprocas" do governo Trump com prazo para negociação até início de abril e focadas em setores, como no etanol brasileiro e carros na Europa, amenizam os ânimos dos investidores e os ajustes dos ativos financeiros.
PUB
O mercado de câmbio acompanha a queda externa do dólar, por conta da postura mais flexível de Donald Trump sobre tarifas recíprocas, que entram em vigor no início de abril, permitindo negociações antes de decisões definitivas, afirma o analista de mercado da Stonex, Leonel Mattos. "As tarifas sobre aço e alumínio também só entram em vigor em 30 dias", destaca.
Além disso, segundo ele, a alta do petróleo ajuda e os dados econômicos recentes vieram mistos nos EUA, gerando incertezas sobre cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em 2025, mas que ainda seguem no jogo de apostas do mercado.
Sem indicadores na agenda local, as atenções ficam em palestra do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, a empresários na Fiesp (a partir das 10 horas) e em dados dos EUA de janeiro de vendas do varejo (10h30, de Brasília) e da produção industrial (11h15).
O mercado acompanhou mais cedo a entrevista do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que não desviou o dólar da queda ante o real. Ele afirmou que haverá reciprocidade do Brasil, se houver alguma tarifa dos Estados Unidos.
Disse ainda que o Brasil vai crescer 3,7% em 2024."Vamos surpreender em 2025 e o Brasil continuará crescendo", declarou em entrevista à Rádio Clube do Pará.
Sobre a proposta de exploração na Foz do Rio Amazonas, o presidente disse que o País não pode prescindir de pesquisar a riqueza que existe na Margem Equatorial. "Temos que fazer uma mediação entre contra e favor e pensar no Brasil."
Lula afirmou ainda ter certeza de que a ministra do meio ambiente, Marina Silva, jamais será contra. Queremos mostrar para o Ibama e Marina Silva que é possível fazer prospecção de petróleo, declarou.
A agenda fiscal do governo segue no foco. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que os projetos de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil e do novo consignado privado podem chegar ao Congresso antes do Carnaval, mas a proposta da reformulação do novo Auxílio Gás ainda está sendo formatada.
Integrantes do agronegócio acenderam o alerta para uma ação do PSOL no Supremo Tribunal Federal (STF) que, na visão do setor, pode alimentar ainda mais a inflação.
Às 10h01, o dólar à vista caía 0,55%, a R$ 5,7374. O dólar futuro para março recuava 0,49%, a R$ 5,7490.
Leia Também: Se taxar aço, vamos reagir, diz Lula sobre medidas de Trump