China apoia negociações Trump-Putin sobre a Ucrânia

A China é aliada da Rússia e, desde o começo do conflito há três anos, tentou vender-se como mediadora

© <p>Getty Images</p>

Mundo Guerra 18/02/25 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A China apoia todos os esforços para acabar com a Guerra da Ucrânia, disse nesta terça (18) o chanceler do país asiático, Wang Yi, durante reunião no Conselho de Segurança da ONU.

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Foi o primeiro comentário chinês acerca da negociação iniciada mais cedo em Riad, na Arábia Saudita, entre delegações da Rússia e dos Estados Unidos, também membros do colegiado que ainda inclui França e Reino Unido.

O movimento foi disparado por Donald Trump em um telefone a Vladimir Putin na semana passada, e tem gerado críticas generalizadas na Ucrânia e na Europa por não incluir representantes dessas partes nas conversas.

Para não ficar apenas no elogio ao rival estratégico de Washington, com quem já vive uma guerra tarifária, Wang aproveitou para criticar o plano de Trump para tomar a Faixa de Gaza para si e remover os palestinos da região após o fim da guerra com Israel.

"Gaza e a Cisjordânia são a pátria do povo palestino, não uma ficha de barganha em escambos políticos", afirmou Wang, que falava na condição de presidente rotativo do conselho.

A China é aliada da Rússia e, desde o começo do conflito há três anos, tentou vender-se como mediadora. Seu mais recente esforço havia sido no ano passado, quando aliou-se ao companheiro de Brics Brasil para elaborar uma proposta que visava colocar todos à mesa.

Não avançou, principalmente porque os EUA e aliados rechaçavam a neutralidade pretendida pelos chineses, que ajudaram a manter a economia russa viva durante a guerra. Agora, os EUA já falam em acabar com as sanções draconianas sobre Moscou se uma acomodação for encontrada, o que é música para Pequim, sempre crítica do instrumento.

Na Europa, o primeiro dia de contato russo-americano caiu de forma amarga. Líderes correram para expressar ou desconforto, ou esperança de que ao fim todos estejam incluídos na negociação.

Segundo a agência Reuters, o presidente francês, Emmanuel Macron, prepara uma segunda reunião com líderes europeus e o Canadá, que também é membro da aliança militar Otan, sobre a situação nesta quarta (19).

A ideia é trazer quem não esteve presente no primeiro encontro, na segunda (17), que gerou basicamente a reafirmação de que a Europa precisa se proteger sozinha e que nenhum acordo sobre a Ucrânia pode ser feito sem Kiev.

Na prática, nada que mude os planos de Trump e Putin, até aqui. País presente no evento em Paris na segunda, a Polônia buscou acalmar seu público interno após uma conversa do presidente Andrzej Duda e o enviado da Casa Branca para a região, Keith Kellogg.

Ele disse que não há nenhuma possibilidade de os EUA reduzirem sua presença militar na Polônia, uma das maiores e mais efetivas do ponto de vista militar na Europa: há 10 mil soldados americanos no país, o que mais gasta com defesa na Otan, em proporção do PIB: 4,12% no ano passado.

Duda é alinhado a Trump, mas o primeiro-ministro Donald Tusk, de um partido rival, sempre favoreceu as políticas de Joe Biden para a região.

Na Dinamarca, a premiê Mette Frederiksen disse que a situação atual é a pior que ela já viu, em termos geopolíticos, para os europeus. "É pior do que a Guerra Fria", disse, referindo-se aos período em que os rumos do continente dependiam da dinâmica da disputa entre EUA e União Soviética.

Na Ucrânia, aliados de Volodimir Zelenski seguiram as queixas do chefe, evitando criticar diretamente Trump. "É um absurdo Moscou discutir a paz enquanto mata ucranianos", disse o assessor Mikhailo Podoliak. Enquanto as conversas se desenrolavam em Riad, a Rússia fazia um dos maiores ataques com drones da guerra.

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