Justiça nega liminar a APP que oferece serviço de mototáxi em SP

A decisão reconhece o direito do poder municipal de barrar o serviço, uma vez que a modalidade já havia sido proibida em decreto de 2023

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Brasil Mototáxi 16/01/25 POR Estadao Conteudo

A Justiça de São Paulo negou nesta quarta, 15, pedido de liminar da 99 contra a ordem da Prefeitura para suspender o serviço de transporte de passageiros por moto na capital paulista, anunciado pela empresa na terça. A decisão reconhece o direito do poder municipal de barrar o serviço, uma vez que a modalidade já havia sido proibida em decreto de 2023.

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A medida é assinada pelo juiz Josué Vilela Pimentel, da 8.ª Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, e cabe recurso. A 99, por sua vez, diz que o juiz negou a liminar por entender que não há ameaça concreta da Prefeitura contra o serviço 99Moto e diz que vai recorrer da decisão. Já a Prefeitura diz que a decisão reconhece a validade do decreto, o que mantém o veto ao modal na cidade.

Conforme a decisão de Pimentel, o próprio pedido de liminar da 99 alerta para a existência do Decreto Municipal 62.144/2023 que "suspendeu, temporariamente, a utilização de motocicletas para o transporte individual remunerado de passageiros por aplicativo no Município de São Paulo".

O juiz escreve ainda que o Grupo de Trabalho criado pela Prefeitura a partir do decreto "não recomenda a implantação do transporte por motocicletas" em São Paulo. "Finca seus argumentos nas particularidades do trânsito desta capital. Trânsito este que, inegavelmente, não pode ser comparado ao de qualquer outro município do País", diz em outro trecho da decisão.

Em nota, a 99 diz que o magistrado não analisou o mérito sobre a legalidade do serviço, "que é plenamente amparado pela legislação federal". "Por isso, a modalidade continuará operando normalmente na cidade. A empresa recorrerá ao Tribunal de Justiça de São Paulo para garantir os direitos da empresa e de seus motoristas e usuários", afirmou a 99.

'Assassina'

Na terça, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou que o veto ao serviço foi para evitar mortes no trânsito, além de chamar a empresa de "irresponsável" e "assassina". "Aqui não é uma terra sem dono, uma terra de ninguém. É uma irresponsabilidade dessa empresa", disse Nunes. Segundo ele, estudos que mostram a razão do veto ao serviço de mototáxi foram apresentados para as empresas do setor.

"A Justiça de São Paulo reconheceu a validade do Decreto 62.144 de 2023, do prefeito Ricardo Nunes, e manteve a proibição do serviço de mototáxi na cidade de São Paulo. A decisão é uma vitória para o Município e uma resposta a uma ação da plataforma 99, que recorreu à Justiça para tentar iniciar o serviço na cidade, apesar da proibição pela legislação municipal", disse ontem a Prefeitura, em nota.

Fiscalização

A administração também informou, nesta quarta, que vai "intensificar a fiscalização" em todas as áreas da cidades para checar existência de alguma irregularidade. As ações serão reforçadas pela Prefeitura, por meio do Departamento de Transportes Públicos (DTP), e pela Polícia Militar.

Leia Também: Ricardo Nunes chama 99 de 'empresa assassina' após liberação de uso de moto

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