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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China disse que o país está preocupado com a nova saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris. A declaração foi feita nesta terça-feira (21)."A mudança climática é um desafio comum enfrentado por toda a humanidade e nenhum país pode permanecer insensível ou resolver o problema sozinho", disse o porta-voz Guo Jiakun.
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O presidente recém-empossado dos Estados Unidos Donald Trump assinou a retirada do país do acordo na segunda-feira (20), horas após receber o cargo. O pacto internacional foi firmado em 2015 para reduzir as emissões de gases do efeito estufa, que causam o aquecimento global.
O chefe de política climática da União Europeia, Wopke Hoekstra, também se manifestou sobre a saída dos EUA do acordo. "É realmente lamentável que a maior economia do mundo, e um dos nossos aliados mais próximos na luta contra as mudanças climáticas, esteja se retirando do Acordo de Paris", disse Hoekstra na rede social X.
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, disse que o Acordo de Paris continua a ser a melhor esperança para toda a humanidade na questão climática.
"A Europa manterá o rumo e continuará a trabalhar com todas as nações que desejam proteger a natureza e parar o aquecimento global", afirmou nesta terça-feira durante o Fórum Econômico Mundial, que acontece até 24 de janeiro em Davos, na Suíça.
Na segunda-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar confiante que cidades, estados e empresas dos EUA "continuarão a demonstrar visão e liderança, trabalhando para o crescimento econômico resiliente e de baixo carbono que criará empregos de qualidade", segundo posicionamento divulgado por porta-voz.
"É fundamental que os Estados Unidos continuem sendo líderes em questões ambientais", afirmou. "Os esforços coletivos do Acordo de Paris fizeram a diferença, mas precisamos ir muito mais longe e mais rápido juntos."
Já Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, criticou os atos do governo Trump. "Embora fosse algo já esperado, pelo que defendeu na campanha presidencial, vejo com enorme preocupação o anúncio de que o presidente pretende acabar com o Green New Deal, tirar os EUA do Acordo de Paris, retomar a indústria automotiva norte-americana sem dar prioridade para carros elétricos e valorizar o uso de combustíveis fósseis", afirmou, em nota na noite da segunda-feira.
"Resta trabalhar para que a governança climática, hoje mais madura e robusta do que no primeiro governo Trump, crie anteparos para evitar avanços da força gravitacional negacionista, que já inflaciona decisões políticas e empresariais na direção oposta de compromissos firmados anteriormente", destacou ainda.
Com a decisão de Trump, os EUA voltarão a ser o único país que já saiu do acordo. A outra retirada americana ocorreu em 2017, no primeiro mandato do republicano. No planeta, além dos EUA, apenas outros três países não integram o pacto, Irã, Líbia e Iêmen -esses, porém, nunca firmaram o texto.
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