Mulher que sobreviveu a nazistas, Chernobyl e covid-19 morre atropelada

Mayya Gil tinha 95 anos e morreu no dia 23 de janeiro, mas notícia só foi divulgada pela família nesta segunda-feira (27)

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Mundo Estados Unidos 28/01/25 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Uma mulher de 95 anos que sobreviveu aos nazistas, ao desastre de Chernobyl e a pandemia de covid-19 morreu após ser atropelada por um carro enquanto atravessava a rua em frente à sua casa em Nova York, nos Estados Unidos.

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Mayya Gil morreu no dia 23 de janeiro, mas notícia só foi divulgada pela família nesta segunda-feira (27). Ela estava atravessando a Cropsey Avenue, em frente ao seu apartamento no bairro do Brooklyn acompanhada de seu cuidador. Uma van de carga que trafegava pelo local fez uma curva acentuada e atropelou as duas. As informações são do Departamento de Polícia de Nova York.

Mayya Gil teve um ferimento na cabeça e foi socorrida para o Hospital Langone da NYU, no Brooklyn. Ela não resistiu aos ferimentos.

O cuidador de 54 anos foi internado, mas sobreviveu. Segundo a polícia, ele sofreu alguns ferimentos na perna e foi levado para um hospital em condições estáveis.

O motorista da van, um homem de 64 anos, não foi preso, segundo a polícia. As autoridades afirmaram que as investigações estão em andamento. As informações foram publicadas pela revista People.

ELA SOBREVIVEU AO DESASTRE DE CHERNOBYL

Mayya Gil é uma sobrevivente da invasão nazista à Ucrânia. Ela também estava presente quando ocorreu o desastre de Chernobyl e enfrentou a pandemia de covid- 19.

A mulher nasceu em Khmelnytskyi, no oeste da Ucrânia. Ela se mudou para a capital Kiev com a mãe e o irmão quando tinha 12 anos para escapar da invasão nazista, segundo artigo do New York Times publicado em 2020. Gil conheceu o marido o marido Vilyam em Kiev e teve suas filhas gêmeas enquanto vivia sob o domínio soviético.

Após o devastador desastre nuclear de Chernobyl na Ucrânia em 1986, uma das filhas dela se mudou para Nova York. Seis anos depois, em 1992, o resto da família também viajou para morar nos Estados Unidos. A família escolheu o bairro de Bensonhurst, no Brooklyn, onde se tornaram membros ativos da comunidade no Centro Comunitário Judaico local.

O marido de Gil morreu em 2020 após contrair covid-19. Na época, ela contou que o companheiro passou os dois últimos dias de vida no hospital sem que pudesse visitá-lo. "Não me deixaram vê-lo e ele estava fraco demais para dizer qualquer coisa ao telefone", disse Gil ao New York Times. Ela relembrou seu casamento de 68 anos com amor, dizendo ao jornal: "Éramos como uma só pessoa".

Família disse que Gil será lembrada como um pilar da comunidade. "Todo mundo a conhece", disse Lizunova ao site Gothamist sobre a mãe, que também era bisavó de sete filhos. "Ela era uma senhora muito ativa."

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