Irã registra 975 execuções em 2024, maior número desde 2008, dizem ONGs

. O levantamento, divulgado nesta quinta-feira (20), é das ONGs Iran Human Rights (IHR), com sede na Noruega, e Ensemble contre la peine de mort (ECPM), da França

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Mundo Irã 20/02/25 POR Notícias ao Minuto

O Irã executou pelo menos 975 pessoas ao longo de 2024, um recorde desde que organizações de direitos humanos começaram a monitorar a aplicação da pena de morte no país, em 2008. O levantamento, divulgado nesta quinta-feira (20), é das ONGs Iran Human Rights (IHR), com sede na Noruega, e Ensemble contre la peine de mort (ECPM), da França.

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As entidades alertam para uma "escalada alarmante" no uso da pena capital, que estaria sendo empregada como um instrumento de repressão política pelo regime iraniano. Segundo o relatório, 90% das execuções realizadas pelo governo não são divulgadas oficialmente, o que pode significar que o número real seja ainda maior.

"A pena de morte continua a ser a ferramenta mais poderosa do regime para reprimir a população iraniana", afirmou o diretor da IHR, Mahmood Amiry-Moghaddam. Ele aponta que o governo intensificou o uso das execuções após os protestos de 2022 e 2023, que levaram a uma onda de detenções em massa.

Das 975 execuções confirmadas em 2024, 31 foram de mulheres, e quatro ocorreram em público. O relatório também denuncia que menores de idade no momento do crime foram condenados à morte. Um dos casos citados é o de Mehdi Jahanpour, que foi preso por homicídio aos 16 anos e executado em setembro de 2024, aos 22 anos.

O Irã é o segundo país que mais realiza execuções no mundo, atrás apenas da China, de acordo com a Anistia Internacional.

A maior parte das penas de morte no país está relacionada a crimes como tráfico de drogas, assassinato e estupro. No entanto, as ONGs alertam que acusações mais amplas, como "corrupção na Terra" ou "rebelião", são frequentemente usadas para condenar opositores políticos.

Desde 2022, o regime iraniano já executou pelo menos 10 pessoas associadas ao movimento "Mulher, Vida, Liberdade", que ganhou força após a morte da jovem Mahsa Amini sob custódia da polícia moral do Irã. Duas dessas execuções ocorreram em 2024.

Além disso, o relatório denuncia que a maioria das execuções acontece por enforcamento, em segredo, dentro das prisões. Muitas vítimas são impedidas de falar com advogados e sofrem torturas físicas e psicológicas para confessar crimes que, posteriormente, servem de base para a condenação.

O documento das ONGs também aponta que minorias étnicas, como os balúchis e curdos, estão entre os grupos mais atingidos pelas condenações à morte no Irã.

Entre os casos citados estão os de Pakhshan Azizi e Varisheh Moradi, ativistas curdas de direitos das mulheres, que foram condenadas por seu trabalho humanitário e correm risco iminente de execução.

Atualmente, pelo menos 13 ativistas do movimento "Mulher, Vida, Liberdade" aguardam no corredor da morte no Irã, de acordo com a IHR e a ECPM.

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