Entenda a miocardite, problema que tirou Ganso do Flu na final do Carioca

O problema no coração não está entre os mais comuns no futebol

© <p>Getty Images</p>

Esporte Saúde 18/03/25 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O Fluminense terminou sua participação no Campeonato Carioca ontem sendo vice-campeão para o Flamengo. Se no primeiro jogo o Tricolor Carioca impôs dificuldades ao Rubro-Negro, no segundo o rival foi amplamente superior. A equipe de Mano Menezes sentiu falta do seu maestro, Paulo Henrique Ganso, afastado dos gramados por causa de uma miocardite.

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O problema no coração não está entre os mais comuns no futebol, mas também não é caso raro no esporte. Reintegrado ao CT Carlos Castilho, Ganso, inclusive, passou por um procedimento no local, a fim finalizar de vez os preparativos para o sonhado retorno aos gramados. Segundo o Fluminense, Ganso deve estar à disposição nas primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro.

Com intuito de entender melhor como funcionam os casos de miocardite no esporte, o UOL conversou com o Dr. Erivelton Nascimento, membro titular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), do Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial (DECA) e Professor Assistente da Universidade Federal Fluminense (UFF).

O QUE É MIOCARDITE

Erivelton explicou, de maneira sucinta, em quais locais do coração a miocardite costuma causar problemas. Em seguida, confirmou o prognóstico inicial dos médicos do Fluminense, que acreditam que Paulo Henrique Ganso desenvolveu o problema após contrair uma forte gripe.

"A miocardite é uma inflamação do músculo cardíaco. Essa inflamação pode comprometer a função do coração e assim influenciar sua capacidade de bombear sangue de maneira eficiente para o corpo, bem como aumentar a probabilidade do surgimento de arritmias cardíacas. Dentre as principais causas temos as infecções virais, como as provocadas pelos vírus Coxsackie, influenza e até mesmo o SARS-CoV-2 (causador da covid-19), pode ser desencadeada por reações autoimunes, uso de algumas drogas, toxinas e até por infecções bacterianas", disse o médico, antes de concluir:

"O diagnóstico é feito inicialmente pelos achados clínicos, ao exame físico, atrelados aos exames laboratoriais, eletrocardiograma (ECG), ecocardiograma e exames de sangue para detectar marcadores inflamatórios, enzimas cardíacas e marcadores de insuficiência cardíaca. A ressonância magnética cardíaca também é um exame que pode ser usado para detectar a inflamação no coração. Em casos específicos, pode ser necessária uma biópsia endomiocárdica para confirmar a condição", disse Erivelton Nascimento.

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