Copom deve cortar Selic em 0,5 p.p. e sinalizar manutenção do ritmo, diz Goldman Sachs
Para o banco americano, o colegiado deve sinalizar que manterá esse ritmo de cortes ao menos na reunião seguinte, em 1º de novembro.

© Copom diz que juros baixos podem comprometer o sistema financeiro

Economia Copom
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve reduzir a taxa Selic em 0,5 ponto porcentual na próxima quarta-feira, segundo o Goldman Sachs. Para o banco americano, o colegiado deve sinalizar que manterá esse ritmo de cortes ao menos na reunião seguinte, em 1º de novembro.
"Esperamos que o Copom mantenha uma barra relativamente alta para acelerar o ritmo de cortes no curtíssimo prazo", afirma o diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos.
O economista lembra que as expectativas de inflação acima das metas, o crescimento resiliente da economia e o mercado de trabalho apertado ainda exigem "prudência" do BC na calibragem da política monetária. Também pesam contra uma aceleração do ciclo o aumento do risco fiscal e os riscos altistas para o IPCA via alimentos e combustíveis.
Para o banco americano, as projeções de inflação do Copom no cenário de referência devem avançar para o fim de 2024 (3,4% para 3,5%) e para o fim de 2025 (3% para 3,1%), considerando a depreciação do real, o aumento dos preços de petróleo e a redução da trajetória de taxa Selic embutida no relatório Focus.
"Essas projeções e o balanço de riscos geral para a inflação serão a chave para calibrar a trajetória da Selic, em particular a taxa terminal e o espaço para aceleração do ciclo de afrouxamento até o fim de 2023", afirma o economista. "Na ata, vamos procurar a discussão sobre o hiato do produto, dada a recente dinâmica sólida de crescimento."