O papel do Brasil em meio às disputas entre os EUA e China

Questões crescentes reiteram a necessidade de cooperação

O papel do Brasil em meio às disputas entre os EUA e China

Em 25 de novembro de 2024, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, anunciou planos para impor uma tarifa adicional de 10% sobre produtos chineses e tarifas de 25% sobre todos os produtos do México e Canadá. Trump justificou as novas taxas como essenciais para coibir a migração ilegal e o tráfico de drogas através das fronteiras. Ele criticou a China por não implementar a pena de morte para traficantes de fentanil e afirmou que "drogas estão entrando em nosso país, principalmente pelo México, em níveis nunca vistos antes". "Até que parem, cobraremos da China uma tarifa adicional de 10%, acima de quaisquer tarifas adicionais, sobre todos os seus muitos produtos que entram nos Estados Unidos da América", afirmou Trump por meio de postagens em sua plataforma Truth Social.

Em outra publicação, o novo presidente prometeu impor uma tarifa de 25% sobre "TODOS os produtos" do México e Canadá, declarando sua intenção de assinar uma ordem executiva para implementar a medida em seu primeiro dia no cargo.

As relações EUA-China permanecem tensas à medida que a pressão política para o confronto aumenta. Ao contrário do conflito militar e ideológico decorrente da Guerra Fria do século XX, a rivalidade atual entre os Estados Unidos e a China aponta para questões em torno da tecnologia e do comércio em setores globais importantes. O relacionamento mudou de cooperativo para competitivo na última década, enquadrando a China como um adversário, em vez de um parceiro. Com os EUA e a China promovendo suas respectivas visões de governança, a colaboração multilateral oferece um caminho para reduzir as tensões. Mas será que isso vai acontecer?

Clique na galeria para saber mais sobre as relações cada vez mais geladas entre essas nações poderosas.

©

Getty Images

Competição econômica e geopolítica

As tensões contemporâneas entre os EUA e a China decorrem em grande parte da competição econômica e geopolítica. Disputas pesadas relativas a comércio e tecnologia, áreas-chave nas quais ambas as nações buscam dominância, resultaram em uma luta pela supremacia no cenário global.

©

Getty Images

O próximo Kissinger?

Antes das eleições de 2024 nos EUA, o jornal chinês The Paper publicou uma série de artigos perguntando quem nos Estados Unidos poderia imitar o papel de Henry Kissinger.

©

Getty Images

Atividade dos anos 1970

Kissinger, o infame ex-secretário de Estado dos EUA, que foi acusado de crimes de guerra por grupos de direitos humanos, teve um papel importante no fortalecimento das relações EUA-China na década de 1970.

©

Getty Images

Abordagem pragmática

Kissinger tinha uma abordagem pragmática para as relações EUA-China, inicialmente ligadas a estratégias antissoviéticas. Na década de 1980, Kissinger tinha seus próprios interesses econômicos relevantes para um projeto de joint venture com o governo chinês.

©

Getty Images

Praça da Paz Celestial

Kissinger apoiou abertamente as táticas brutais usadas pelo governo durante o massacre da Praça da Paz Celestial e ativamente ocultou notícias controversas sobre a China durante anos depois.

©

Getty Images

Trump promete ser duro com a China

É lógico que o governo chinês esteja agora procurando seu "novo Kissinger", já que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, promete ser duro com a China.

©

Getty Images

Stephen Schwarzman

De acordo com o The Washington Post, a lista inclui figuras como Stephen Schwarzman, CEO do Blackstone Group, uma empresa de capital privado que foi acusada pelas Nações Unidas de "ajudar a alimentar uma crise imobiliária global".

©

Getty Images

Investimento em aluguel corporativo

A Blackstone passou os últimos anos impulsionando o investimento corporativo em aluguel. A empresa comprou milhares de casas em todo o mundo, muitas vezes por meio de terceiros, alugando-as por preços recordes, reduzindo efetivamente o acesso a moradias acessíveis.

©

Getty Images

John Kerry

A lista também inclui o ex-secretário de Estado dos EUA John Kerry (foto), que organizou uma série de discussões sobre alterações climáticas na China, bem como o governador da Califórnia, Gavin Newsome, entre outros.

©

Getty Images

Tecnologia avançada

Na vanguarda das disputas de poder entre as nações de hoje está a tecnologia avançada, com os EUA e a China lutando para liderar o desenvolvimento em setores como Inteligência Artificial, biotecnologia e telecomunicações.

©

Getty Images

Veículos elétricos

Veículos elétricos (VE) em particular se tornaram uma área especialmente competitiva. A Turquia tem olhado para a China para aumentar suas capacidades de aumentar os VE, enquanto também busca desenvolver seus projetos de energia nuclear e de infraestrutura da nação.

©

Getty Images

Tarifas

Tanto os EUA quanto a União Europeia adotaram tarifas como parte de sua estratégia para controlar a influência do mercado chinês, mas a concorrência continua alta devido às novas alianças que surgem da China, como suas parcerias com a Turquia e o Brasil.

©

Getty Images

Turquia

A Turquia, que tem fortes parcerias com os EUA no âmbito da OTAN, também causou polêmica ao investir em sistemas de defesa russos.

©

Getty Images

Brasil

Embora os EUA tenham cooperado com o Brasil por muito tempo, o comércio de commodities levou a laços econômicos mais fortes entre o Brasil e a China. Hoje, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, com cooperação no desenvolvimento de seus setores de infraestrutura e tecnologia.

Inclusive, em recente visita de Estado do presidente da China no Brasil, Xi Jinping, os governos dos dois países assinaram 37 novos acordos bilaterais no dia 20 de novembro de 2024, de acordo com a Agência Brasil. "Apesar de distantes na geografia, há meio século China e Brasil cultivam uma amizade estratégica, baseada em interesses compartilhados e visões de mundo próximas. A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009. Em 2023, o comércio bilateral atingiu recorde histórico de US$ 157 bilhões. O superávit com a China é responsável por mais da metade do saldo comercial global brasileiro", destacou Lula em seu discurso na cerimônia de assinatura de acordos. 

©

Getty Images

Sanções

Imitando estratégias aplicadas à Rússia e ao Irã, os EUA também impuseram sanções à China na esperança de diminuir sua influência econômica.

©

Getty Images

Construção de alianças

Os EUA também estão trabalhando para construir alianças com outros países da Ásia para contrabalançar o domínio da China na região.

©

Getty Images

Confrontos militares

Tanto os EUA quanto a China reforçaram sua presença militar no Indo-Pacífico, alimentando preocupações sobre segurança e confrontos militares.

©

Getty Images

Mar da China Meridional

No Mar da China Meridional, os EUA realizam regularmente exercícios com seus aliados relacionados ao Diálogo de Segurança Quadrilateral que mantém com o Japão, a Índia e a Austrália.

©

Getty Images

Iniciativa Cinturão e Rota

O foco da China em projetos de infraestrutura está vinculado ao seu relacionamento com os países do Indo-Pacífico. A Iniciativa Cinturão e Rota na China busca aumentar a influência em toda a região.

©

Getty Images

Benefícios mútuos

Essas nações geralmente mantêm acordos com ambos os países, beneficiando-se de acordos de segurança com os EUA, ao mesmo tempo em que desfrutam das vantagens de acordos econômicos com a China, optando por não abrir mão de nenhuma das partes em favor de parcerias estratégicas mais amplas.

©

Getty Images

Influência geopolítica

O desejo de influenciar países terceiros não determina apenas qual país obtém o maior ganho econômico, mas também qual país terá a maior influência geopolítica na região e em outros lugares.

©

Getty Images

Cooperação

Essa mudança de influência e as tentativas dos EUA de agarrar qualquer poder que eles possam administrar em um ambiente ultracompetitivo devem encorajar as duas nações a buscar colaboração e cooperação de todas as maneiras possíveis.

©

Getty Images

Clima global

Embora essa opção seja mais favorável para o clima global, com base em precedentes históricos, é mais provável que ameaças à hegemonia dos EUA levem a maiores ameaças de agressão e mais sanções.

©

Getty Images

Crescimento da economia chinesa

O crescimento da economia chinesa também facilitou sua posição mais assertiva em termos de capacidade militar. Em vez de aumentar a presença militar americana, outra postura poderia ser negociar o controle de armas, nos moldes da proposta estagnada de Biden sobre política nuclear que seria estritamente defensiva.

©

Getty Images

Outros países podem desempenhar um papel

Países com acordos com ambas as nações podem potencialmente desempenhar um papel importante na evolução do relacionamento entre China e EUA, servindo como mediadores em seus respectivos acordos com cada país.

©

Getty Images

Instituições internacionais

Da mesma forma, as instituições internacionais também podem facilitar uma dinâmica melhorada entre China e EUA, incentivando interdependências e benefícios mútuos.

©

Getty Images

Políticas tecnológicas e industriais

Ambos os países provavelmente se beneficiariam de reformas em políticas tecnológicas e industriais. Um bom primeiro passo seria modificar as tarifas instituídas pela administração Trump e promovidas pela liderança de Biden, e buscar desenvolver políticas que tornem as empresas mais competitivas no mercado global.

©

Getty Images

Necessidades de mudança climática

Ameaças existenciais relevantes para a mudança climática demonstram a urgência de essas nações trabalharem juntas para abordar e mitigar mais devastação. Os vizinhos regionais de ambos os países, em particular, são vulneráveis ​​a desastres ambientais.

©

Getty Images

Energia limpa

Investir na produção de energia limpa, infraestrutura sustentável e desenvolvimento pode oferecer uma oportunidade para os EUA e a China trabalharem juntos de maneira construtiva, ao mesmo tempo em que constroem influência econômica mútua.

Fontes: (Le Monde) (Washington Post) (The Guardian) (United Nations) (Daily Sabah) (BBC) (CNN) (AP News) (Reuters) (Quincy Institute)

©

Getty Images

Mundo Relações internacionais Há 8 Horas POR Notícias Ao Minuto Brasil


Em 25 de novembro de 2024, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, anunciou planos para impor uma tarifa adicional de 10% sobre produtos chineses e tarifas de 25% sobre todos os produtos do México e Canadá. Trump justificou as novas taxas como essenciais para coibir a migração ilegal e o tráfico de drogas através das fronteiras. Ele criticou a China por não implementar a pena de morte para traficantes de fentanil e afirmou que "drogas estão entrando em nosso país, principalmente pelo México, em níveis nunca vistos antes". "Até que parem, cobraremos da China uma tarifa adicional de 10%, acima de quaisquer tarifas adicionais, sobre todos os seus muitos produtos que entram nos Estados Unidos da América", afirmou Trump por meio de postagens em sua plataforma Truth Social.

PUB

 

Em outra publicação, o novo presidente prometeu impor uma tarifa de 25% sobre "TODOS os produtos" do México e Canadá, declarando sua intenção de assinar uma ordem executiva para implementar a medida em seu primeiro dia no cargo.

As relações EUA-China permanecem tensas à medida que a pressão política para o confronto aumenta. Ao contrário do conflito militar e ideológico decorrente da Guerra Fria do século XX, a rivalidade atual entre os Estados Unidos e a China aponta para questões em torno da tecnologia e do comércio em setores globais importantes. O relacionamento mudou de cooperativo para competitivo na última década, enquadrando a China como um adversário, em vez de um parceiro. Com os EUA e a China promovendo suas respectivas visões de governança, a colaboração multilateral oferece um caminho para reduzir as tensões. Mas será que isso vai acontecer?

Clique na galeria para saber mais sobre as relações cada vez mais geladas entre essas nações poderosas.

Leia Também: Durante incêndios em LA, bombeiro recupera estatueta do Emmy roubada

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

Mundo Flórida Há 20 Horas

Idosa é atacada por ladrão momentos após retirar prêmio da loteria

Mundo INGLATERRA-LOTERIA Há 18 Horas

Estagiário ganha R$ 56 milhões na loteria e diz que continuará trabalhando

Mundo Alemanha Há 21 Horas

Homem sai ileso após 'pendurar-se' em trem de alta velocidade

Mundo Israel Há 12 Horas

Acordo de cessar-fogo? "Não avançaremos até recebermos lista de reféns"

Mundo Política Há 7 Horas

Bill Gates teve encontro de 3 horas com Trump para discutir saúde pública

Mundo Fotografias antigas Há 10 Horas

A Segunda Guerra como você nunca viu: fotos raras e impactantes

Mundo EUA-INCÊNDIO Há 15 Horas

Durante incêndios em LA, bombeiro recupera estatueta do Emmy roubada

Mundo Autoritarismo Há 6 Horas

O que é Lei Marcial e quais países já a decretaram

Mundo Relações internacionais Há 8 Horas

O papel do Brasil em meio às disputas entre os EUA e China