Bloco Afoxé Filhos de Ghandy é investigado por suspeita de transfobia

O bloco voltou decidiu proibir a participação do homens trans no desfile

© Getty

Brasil Folia Há 12 Horas POR Agência Brasil

Depois que um dos principais blocos afro de Salvador, o Afoxé Filhos de Gandhy, proibiu a participação de homens trans no desfile de carnaval, o Ministério Público da Bahia abriu investigação para apurar um possível caso de “transfobia”. É o que confirmou a promotora do MP Bahia, Márcia Teixeira.   

PUB

 

“Essa medida tem um viés transfóbico e um viés discriminatório. O Ministério Público da Bahia, através da primeira promotoria de direitos humanos com atribuição na defesa dos direitos das pessoas LGBTQIAP+ e de combate à LGBTfobia, foi instaurado uma notícia de fato e foi encaminhado um ofício ao presidente do Bloco Afoxé Filhos de Ghandy para que, em até 24 horas, esse veto fosse retirado, bem como fosse encaminhado para a promotoria o estatuto social dessa associação.”

Após a má repercussão, inclusive de organizações de pessoas trans em todo o Brasil, o bloco voltou atrás da decisão. Mas, mesmo assim, o MP vai continuar “investigando possíveis práticas discriminatórias ou transfóbicas”.

Para a presidenta da Antra, Associação Nacional de Travestis e Transexuais, Bruna Benevides, a medida viola diversas normas, incluindo a constituição brasileira e acordos internacionais, além de promover a segregação.

“Está se tentando genitalizar a existência de gênero masculino e feminino. O que isso quer dizer? Que eles só estão reconhecendo como homens aqueles que têm falo. Quando o bloco tenta dizer que homens trans não são homens, o bloco está reforçando um apartheid de gênero que vai colocar pessoas cis de um lado e pessoas trans do outro. E não reconhecendo inclusive que homens trans são homens. Vejam bem, tradições religiosas não podem ser usadas para justificar preconceito, segregação e discriminação.”

Nos últimos dias, o Afoxé Filhos de Gandhy emitiu um comunicado citando o artigo 5º do estatuto social do bloco, dizendo que “só poderão ingressar na associação pessoas do sexo masculino cisgênero. Por isso, a venda do passaporte será apenas para esse público".

O bloco tem 76 anos de existência e, tradicionalmente, só homens desfilam. No entanto, os homens trans – que estavam proibidos de participar - são pessoas que nasceram com o corpo atribuído ao sexo feminino, e que se reconhecem como homens.  

Ao voltar atrás, o Afoxé Filhos de Gandhy disse em nota que “tradicionalmente, e de acordo com os preceitos religiosos que o regem desde o início”, o bloco “é formado exclusivamente por pessoas do sexo masculino”. Também informou ter retirado o termo “masculino cisgênero” (que significa homens que nasceram com o corpo atribuído ao sexo masculino) e adotado somente “sexo masculino” na ficha.  

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

Brasil Café 25/02/25

Anvisa suspende venda de sete marcas de café por substâncias irregulares

Brasil Mega Há 21 Horas

Mega-Sena sorteia nesta terça-feira prêmio acumulado em R$ 130 milhões

Brasil São Paulo Há 19 Horas

Moradores reclamam de água com coloração escura e mau odor na zona sul de SP

Brasil Saúde Há 15 Horas

Governo anuncia vacina 100% nacional contra a dengue no SUS em 2026

Brasil Tragédia Há 22 Horas

Homem morre após levantar fiação para passagem de trio elétrico em Goiânia

Brasil São João de Deus Há 14 Horas

Parte de teto de igreja tombada pelo Iphan desaba na BA

Brasil Calor Há 19 Horas

Temperatura máxima em São Paulo pode chegar aos 31°C nesta terça (25)

Brasil Folia Há 12 Horas

Bloco Afoxé Filhos de Ghandy é investigado por suspeita de transfobia

Brasil Clima Há 12 Horas

Carnaval deve ser de calor forte e pouca chuva na maior parte do país