Interpol é acionada após romeno matar homem e incendiar casa da ex em SC
Michael invadiu a casa da ex-namorada, mas como não a encontrou, assassinou a tiros o caseiro e baleou uma mulher. O caseiro morreu na hora, e a mulher foi encaminhada ao Hospital Municipal Ruth Cardoso, onde segue internada em estado grave. Segundo a unidade de saúde, ela está em coma induzido.
© Shannon Stapleton/Reuters
Justiça INTERPOL-SEGURANÇA
EDUARDA ESTEVES
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Um romeno identificado como Michael Luciano Borzas, 20, é procurado pela Polícia Federal e teve o nome incluído na lista vermelha da Interpol. Ele é suspeito de matar a tiros o caseiro da casa da ex-namorada, de 21 anos, em Balneário Camboriú (SC), atirar na esposa do funcionário, e incendiar o imóvel.
Michael invadiu a casa da ex-namorada, mas como não a encontrou, assassinou a tiros o caseiro e baleou uma mulher. O caseiro morreu na hora, e a mulher foi encaminhada ao Hospital Municipal Ruth Cardoso, onde segue internada em estado grave. Segundo a unidade de saúde, ela está em coma induzido.
Os crimes foram praticados na manhã do dia 20 de janeiro. Um vídeo do circuito de segurança do condomínio mostra que o rapaz foi embora caminhando após cometer os crimes.
A Justiça de Santa Catarina já havia decretado a prisão preventiva dele no dia anterior ao crime. Segundo a delegada Ruth Henn, titular da Delegacia da Mulher de Balneário Camboriú, Michael já havia tentado matar a ex-namorada no início de janeiro. "Ele não aceitava o fim do relacionamento", disse. Segundo a polícia, Borzas demonstrava comportamentos de extremo ciúme durante o relacionamento.
O romeno e a brasileira se conheceram pela internet durante uma viagem dela para a Europa. Segundo a polícia, após quatro meses viajando, ela voltou ao Brasil e ele veio junto. "Ela e ele se conheceram em um site de relacionamento. Mantiveram um namoro durante quatro meses, ele estudava na Noruega. Mas no final do ano vieram para Santa Catarina, porque ela mora aqui, para passear. Inclusive a irmã dele veio junto", explicou a delegada.
Em depoimento à polícia, a vítima contou que o relacionamento acabou após as festas de fim de ano. A delegada Ruth Henn afirmou que Michael Luciano Borzas não aceitava o fim do namoro.
Ele tinha passagem comprada, mas não embarcou. O romeno deveria voltar para a Europa em janeiro, mas permaneceu em Balneário Camboriú. Desde então, segundo a polícia, ele tentou matar a brasileira e passou a persegui-la.
"No começo de janeiro, ele disse que iria embora e a moça foi até Florianópolis levá-lo ao aeroporto. No estacionamento do local, ele tentou praticar o feminicídio, sufocando ela dentro do carro. Ela contou que ficou desacordada por um tempo, mas até que ele foi manobrar o veículo, bateu em outro carro e fugiu com medo", disse a delegada Ruth Henn.
BRASILEIRA PRESTOU QUEIXA E SE MUDOU
Com medo, a família saiu do imóvel onde moravam. A vítima também procurou a polícia e realizou um boletim de ocorrência. "Ela até achou que ele tinha ido embora, mas quando voltou para Balneário Camboriú, dois dias depois começou a receber mensagens dele dizendo que iria voltar para completar o serviço, ou seja, matá-la. Solicitamos uma medida protetiva e a Justiça decreto o mandado de prisão contra ele".
No dia 20 de janeiro, o romeno conseguiu entrar no condomínio da ex. "Aproveitou o momento em que uma convidada de outra residência entrou para entrar junto", afirmou o delegado Vicente Soares, à frente da investigação. O assassinato do caseiro e o incêndio estão sendo investigados pela Divisão de Investigação Criminal de Balneário Camboriú.
O suspeito nasceu nos Estados Unidos, mas foi criado na Romênia. Ele morava na Noruega antes de vir ao Brasil. De acordo com informações da polícia, o homem cursava faculdade de cibersegurança e tinha conhecimento avançado em Tecnologia da Informação.
Romeno continua foragido. Ele é procurado pela Polícia Federal e está na lista vermelha da Interpol. Em nota, a PF informou que não comenta casos em andamento.
A Polícia Civil não descarta que ele tenha fugido de Balneário Camboriú. A irmã de Michael, que também veio ao Brasil, já havia voltado para a Europa quando ele cometeu o crime. Por isso, não foi ouvida.
A delegada Ruth Henn alertou para cuidados com sites de relacionamento. "Precisa tomar cuidado com esses relacionamentos em sites de encontro. Porque as pessoas não sabem com quem estão lidando de verdade, tem que ter cuidado porque as consequências de encontros com desconhecidos, que no começo parecem legais, mas depois podem esconder uma personalidade doentia".
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