Trump concede perdão para 1.500 acusados por ataque ao Capitólio
Trump repetiu ao longo de toda a sua campanha presidencial que perdoaria os insurgentes, que em 6 de janeiro de 2021 irromperam na sede do poder americano para impedir a certificação da vitória de Joe Biden depois de o republicano acusar, sem evidências, as eleições presidenciais nas quais foi derrotado de terem sido fraudadas.
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cumpriu sua promessa e emitiu nesta segunda-feira (20) um decreto presidencial em que perdoa uma série de pessoas acusadas de crimes relacionados à invasão do Capitólio. No total, cerca de 1.500 réus foram contemplados, segundo o jornal The New York Times.
Trump repetiu ao longo de toda a sua campanha presidencial que perdoaria os insurgentes, que em 6 de janeiro de 2021 irromperam na sede do poder americano para impedir a certificação da vitória de Joe Biden depois de o republicano acusar, sem evidências, as eleições presidenciais nas quais foi derrotado de terem sido fraudadas.
A última vez em que Trump tinha feito uma declaração nesse sentido foi na véspera da posse, em um comício na One Capital Arena -mesmo local de onde milhares de pessoas acompanharam a transmissão de seu juramento depois que a cerimônia de investidura, prevista para acontecer ao ar livre, foi transferida para o interior do Capitólio devido ao frio intenso.
"Vocês vão ficar muito felizes com a minha decisão sobre os reféns [como ele se refere aos invasores] do J6 [sigla para o 6 de janeiro]", disse o republicano no evento no domingo (19).
Cerca de 1.500 pessoas foram acusadas de cometer crimes durante a invasão do Capitólio, incluindo invasão de propriedade, agressão a policiais e conspiração sediciosa. Ao menos 600 delas foram condenadas.
O decreto desta segunda corrobora o que pessoas com conhecimento sobre o tema tinham afirmado à ABC News mais cedo. Segundo elas, Trump planejava anular as condenações dos que não tinham cometido violência durante a invasão e atenuar as sentenças dos que foram julgados culpados por agredir policiais. A última medida, especificamente, poderia fazer com que alguns dos invasores atualmente presos fossem libertados.
Além do perdão, Trump ainda pretendia assinar uma série de ordens executivas assim que assumisse. Algumas delas foram citadas em seu discurso de posse.
Ele afirmou por exemplo, que declararia emergência nacional na fronteira com o México para combater a imigração ilegal; classificaria os cartéis de drogas do país vizinho de organizações terroristas internacionais; revogaria as medidas relacionadas ao estímulo à energia limpa implementadas por Biden; imporia tarifas a importações; restauraria o que chamou de eficácia governamental; e acabaria com a censura, referindo-se à desregulação das big techs.
Por fim, em um avanço contra a parte da esquerda que defende políticas identitárias, disse que só reconheceria só duas categorias de gênero, masculino e feminino.
Trump não foi o único a emitir indultos nesta segunda. Faltando menos de 20 minutos para o fim de seu mandato, o agora ex-presidente Joe Biden concedeu indultos para uma série de pessoas, incluindo funcionários públicos e familiares seus, que segundo ele poderiam ser alvo de retaliação de seu sucessor.
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