Por que essa pequena ilha do Pacífico está vendendo cidadania? -

Poucos teriam ouvido falar de Nauru antes do anúncio recente de que esta pequena ilha do Oceano Pacífico está oferecendo cidadania para se salvar do aumento do nível do mar.

Nauru está vendendo passaportes para financiar um plano ambicioso que o governo espera que contribua para suas iniciativas de mudança climática. Estrangeiros podem ajudar a financiar o empreendimento quando compram o programa "golden visa" de Nauru e efetivamente se tornam cidadãos da menor república independente do mundo. Mas o que exatamente está em jogo aqui? Quão poderoso é um passaporte nauruano?

Clique e saiba mais sobre Nauru e o preço que está sendo pago para combater as mudanças climáticas.

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Por que Nauru está nas notícias? -

A pequena nação insular de Nauru lançou um novo programa de venda de cidadania.

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Pagando o preço -

O preço para escapar para este remoto posto avançado do Pacífico Sul, a menor república independente do mundo, começa em US$ 105.000, o equivalente a R$ 599.298,00 (cotação de 17 de março de 2025).

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Financiamento da ação climática -

A iniciativa "passaporte dourado" espera arrecadar dinheiro para financiar ações climáticas. Como um atol de baixa altitude, Nauru enfrenta, à medida que o planeta esquenta, uma ameaça existencial devido ao aumento do nível do mar, às tempestades e à erosão costeira.

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Em busca de uma vida mais virtuosa -

A ideia por trás do ambicioso esquema é financiar a realocação de 90% dos 12.500 moradores do país para áreas mais altas no interior e construir uma comunidade inteiramente nova, um projeto muito além dos recursos financeiros do país.

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Financiamento da resiliência climática -

O dinheiro arrecadado também financiará projetos de resiliência climática, como instalação de energia solar, segurança hídrica e moradias verdes acessíveis.

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Onde Nauru está? -

Nauru está localizado na região da Oceania do Pacífico Central. Seu vizinho mais próximo é Kiribati, cerca de 300 km a leste.

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Colonizado pela Alemanha -

Colonizado pela primeira vez pelos micronésios por volta de 1000 a.C., Nauru foi anexado e reivindicado como colônia pelo Império Alemão no final do século XIX.

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Guerra civil nauruana -

Em 1888, a Alemanha interveio na Guerra Civil de Nauru, pondo fim a um conflito de 10 anos e estabelecendo um cessar-fogo duradouro.

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Descoberta do fosfato -

Os alemães governaram Nauru por quase três décadas. Em 1900, garimpeiros australianos descobriram fosfato na ilha.

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Primeira Guerra Mundial -

Sob um acordo conjunto, Austrália e Alemanha começaram a explorar essas reservas até a eclosão da Primeira Guerra Mundial, quando tropas australianas capturaram a ilha. Em 1919, Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia providenciaram a administração da ilha e a extração dos depósitos de fosfato.

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Segunda Guerra Mundial -

As tropas japonesas ocuparam Nauru de agosto de 1942 a setembro de 1945. Durante esse período, 1.200 nauruanos foram deportados para trabalhar como operários nas Ilhas Chuuk, que também haviam sido ocupadas pelo Japão.

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Nauru retomado -

Nauru foi alvo de inúmeros bombardeios conduzidos pelos americanos até que a ilha foi finalmente retomada pelas forças armadas australianas após a rendição japonesa.

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Anos pós-guerra -

No pós-guerra, Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia foram reintegrados como a autoridade de administração conjunta. Os ilhéus são mostrados aqui com uma ave fragata que foi domesticada para capturar peixes.

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Retomada da mineração -

No final da década de 1940, a mineração de fosfato foi retomada. As receitas das operações eram substanciais, mas pouco disso estava sendo devolvido aos nauruanos.

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Partilha dos lucros -

Em 1960, o futuro presidente Hammer DeRoburt negociou com sucesso uma parcela maior dos royalties dos lucros para os nauruanos.

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Independência -

Nauru tornou-se autônomo em janeiro de 1966 e totalmente independente em 1968. O povo de Nauru assumiu o controle das minas de fosfato, cuja renda impulsionou a economia da república.

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Fim dos depósitos -

Após quase um século de mineração a céu aberto, os depósitos de fosfato estavam quase esgotados no final da década de 1990.

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Ambiente dizimado -

Escavado por mineradores, o centro da ilha se tornou uma paisagem árida de pináculos irregulares de calcário. Hoje, 80% de Nauru é praticamente inabitável.

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Mudança de maré -

Os nauruanos, que já foram o segundo povo mais rico per capita do planeta, agora vivem em relativa pobreza, agrupados ao longo do litoral da ilha.

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Níveis do mar subindo mais rápido que a média -

O oceano reivindicou há muito tempo o porto de fosfato abandonado da ilha. A elevação do nível do mar tem aumentado em um ritmo mais rápido do que a média global, de acordo com um relatório publicado pelo World Bank Group.

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Centro de detenção -

Quando o fosfato acabou, Nauru começou a procurar novas fontes de receita. Conseguiu isso servindo como um local de detenção offshore para refugiados e migrantes que tentavam se estabelecer na Austrália.

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Crise de refugiados -

De 2001 a 2007, o centro de detenção de Nauru forneceu uma fonte significativa de renda para o país. Mas o programa foi reduzido após relatos de mortes de detentos e protestos generalizados em cidades australianas.

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Clima e ecologia -

O clima de Nauru é quente e muito úmido o ano todo devido à proximidade da Llinha do Equador e do oceano.

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Recursos naturais limitados -

Não há córregos ou rios, e não há entrada ou saída de água doce da Laguna Buada (foto), o maior corpo de água da ilha.

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Impacto na vida selvagem -

A fauna em Nauru é escassa. A falta de vegetação é um resultado direto da mineração de fosfato. Muitas aves indígenas desapareceram e não há mamíferos terrestres nativos. Felizmente, ainda há diversidade de vida marinha nos recifes.

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Oferta de cidadania -

A ideia de oferecer cidadania de Nauru a estrangeiros foi expressa por Asterio Appi, Ministro das Mudanças Climáticas e Resiliência Nacional, durante o Programa de Cidadania Econômica e Resiliência Climática de Nauru na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2024.

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O custo de um golden visa -

Os US$ 105.000, somados às taxas de US$ 25.000 para a solicitação, US$ 10.000 para a devida diligência e US$ 500 para o passaporte em si, totalizam US$ 140.500 (R$ 801.917,80) para um solicitante, o que ainda é significativamente mais barato do que os vistos desse tipo que são populares da Europa.

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Quão poderoso é o passaporte nauruano? -

De acordo com o VisaIndex.com, garantir um passaporte nauruano permite aos portadores acesso sem visto a 87 destinos, incluindo o Reino Unido, Irlanda, Emirados Árabes Unidos e Singapura. Como resultado, o passaporte nauruano está na posição 62 no mundo.

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Levantamento de capital -

Ao adquirir um passaporte nauruano, os portadores estão ajudando a canalizar capital para o programa de desenvolvimento sustentável do país, lembra a Henley & Partners, a empresa de investimentos encarregada de elaborar e implementar o programa pelo governo da ilha.

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Investimento no futuro do planeta -

"Ao escolher o programa de cidadania de Nauru, os investidores não estão apenas garantindo seu próprio futuro, eles estão investindo no futuro do nosso planeta", ecoou Asterio Appi.

Fontes: (USA Today) (The Weather Channel) (CNN) (Henley & Partners) (Euronews) (World Bank Group) (VisaIndex.com)

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